Estão matando nossas crianças de fome.

SILVIO SANTOS EXPLORADOR CAPITALISTA DE TRABALHO INFANTIL



Quando se fala de trabalho infantil é natural associar a expressão a imagens que passam vez ou outra no Jornal Nacional de crianças trabalhando em carvoarias, ou como passa toda semana no SBT com a prostituição. Isso quando não nos lembram das pobres crianças que trabalham na China para fazer o seu iPhone.

Chega a ser engraçado como trabalho infantil nunca é associado às crianças que fazem novela, parece que há uma deliberada intenção de estigmatizar todo trabalho como uma situação análoga a escravidão. Fala-se como se o fato de uma criança trabalhar tivesse que ser combatido a qualquer custo.

Repetir esse mantra é de uma cegueira ideológica e econômica com resultados tão perversos que seus defensores deviam ter vergonha de proferir esse tipo de coisa publicamente.

Trabalho infantil é um fenômeno inexoravelmente ligado à pobreza, não se veem crianças catando latinha em países desenvolvidos, nem trabalhando em carvoarias ilegais no meio do Parque de Yellowstone. É óbvio que nenhum pai coloca o seu filho para trabalhar porque gosta do ato, ou é uma posição mais cômoda, mas sim porque aquilo é extremamente necessário para não morrer definhando de fome.

Nesse caso, proibir o trabalho infantil não adianta de nada, as pessoas não vão passar a respeitar um pedaço de papel, ainda mais quando desrespeitá-lo significa ter o que comer no final do dia.

O efeito mais perverso disso tudo é que ao proibir o trabalho infantil você simplesmente retira as melhores opções que aquela criança poderia ter como trabalho.

Se ela poderia trabalhar no Wal-Mart embalando sacos, ou vendendo jornal, ou até mesmo realizando entregas em um mercado local, o estado simplesmente proíbe isso.  Qualquer comércio legal fica impedido de tirar as crianças de uma situação desesperadora.

O que as resta? O mercado ilegal. Se antes ele podia trabalhar em um minimercado realizando entrega de tomates, agora que é proibido, ele é obrigado a ir para quem já desrespeita a lei, vai para a mão do traficante de drogas que o faz de aviãozinho, ou para a carvoaria no meio da Amazônia, já que o seu emprego como vendedor de frutas na feira é ilegal.

O ponto aqui é bastante claro. Ao proibir o trabalho infantil você não está melhorando a situação das crianças, o que você está fazendo é tirar todas as boas oportunidades que ela tinha de poder acumular riqueza e abandonar o trabalho no futuro.

Como uma vez sugeriu o meu colega Erick Vasconcelos, um ótimo meio de acabar com isso é fazendo o seguinte:

Toda vez que uma criança estiver trabalhando em uma carvoaria no meio da Amazônia deve ser mantido um porta retrato com a foto de uma pessoa que apoie as leis que limitam o trabalho infantil, embaixo do porta retrato deve ser afixada a frase “NÃO DEIXA VOCÊ TRABALHAR NA WAL-MART”,  também deve ser colocado nome e telefone da pessoa em questão para futuras vinganças.  :D