Quando se fala de trabalho
infantil é natural associar a expressão a imagens que passam vez ou outra no
Jornal Nacional de crianças trabalhando em carvoarias, ou como passa toda
semana no SBT com a prostituição. Isso quando não nos lembram das pobres
crianças que trabalham na China para fazer o seu iPhone.
Chega a ser engraçado como
trabalho infantil nunca é associado às crianças que fazem novela, parece que há
uma deliberada intenção de estigmatizar todo trabalho como uma situação análoga
a escravidão. Fala-se como se o fato de uma criança trabalhar tivesse que ser
combatido a qualquer custo.
Repetir esse mantra é de uma cegueira
ideológica e econômica com resultados tão perversos que seus defensores deviam
ter vergonha de proferir esse tipo de coisa publicamente.
Trabalho infantil é um fenômeno
inexoravelmente ligado à pobreza, não se veem crianças catando latinha em
países desenvolvidos, nem trabalhando em carvoarias ilegais no meio do Parque
de Yellowstone. É óbvio que nenhum pai coloca o seu filho para trabalhar porque
gosta do ato, ou é uma posição mais cômoda, mas sim porque aquilo é extremamente
necessário para não morrer definhando de fome.
Nesse caso, proibir o trabalho
infantil não adianta de nada, as pessoas não vão passar a respeitar um pedaço
de papel, ainda mais quando desrespeitá-lo significa ter o que comer no final
do dia.
O efeito mais perverso disso tudo
é que ao proibir o trabalho infantil você simplesmente retira as melhores
opções que aquela criança poderia ter como trabalho.
Se ela poderia trabalhar no Wal-Mart embalando
sacos, ou vendendo jornal, ou até mesmo realizando entregas em um mercado
local, o estado simplesmente proíbe isso. Qualquer comércio legal fica impedido de tirar
as crianças de uma situação desesperadora.
O que as resta? O mercado ilegal.
Se antes ele podia trabalhar em um minimercado realizando entrega de tomates, agora
que é proibido, ele é obrigado a ir para quem já desrespeita a lei, vai para a
mão do traficante de drogas que o faz de aviãozinho, ou para a carvoaria no
meio da Amazônia, já que o seu emprego como vendedor de frutas na feira é
ilegal.
O ponto aqui é bastante claro. Ao
proibir o trabalho infantil você não está melhorando a situação das crianças, o
que você está fazendo é tirar todas as boas oportunidades que ela tinha de
poder acumular riqueza e abandonar o trabalho no futuro.
Como uma vez sugeriu o meu colega
Erick Vasconcelos, um ótimo meio de acabar com isso é fazendo o seguinte:
Toda vez que uma criança estiver
trabalhando em uma carvoaria no meio da Amazônia deve ser mantido um porta
retrato com a foto de uma pessoa que apoie as leis que limitam o trabalho
infantil, embaixo do porta retrato deve ser afixada a frase “NÃO DEIXA VOCÊ
TRABALHAR NA WAL-MART”, também deve ser
colocado nome e telefone da pessoa em questão para futuras vinganças. :D