Propriedade Intelectual é algo completamente sem sentido.

O Constantino não falou isso, claramente é uma brincadeira da minha parte. E é óbvio que estou falando isso para evitar um processo também.

Quem me acompanha fora do blog ( imagino que todos que leem isso aqui ) viram que recentemente tive um quebra-pau homérico com o Rodrigo Constantino, o autor em questão deu um piti em sua página do facebook porque tinham postado uma cópia digital do seu livro para download de forma gratuita em grupo na rede social supracitada.

Após algumas horas de debate e de ter sido insultado várias vezes pelo Constantino ( coisas do naipe de 'garoto insolente', e não, ele não estava imitando o Vegeta ) resolvi escrever um textin explicando porque propriedade intelectual é uma ideia ineficiente e imoral.

Antes de começarmos é bom definirmos claramente sobre o que estamos falando.

Costumamos dizer que a característica intrínseca a uma propriedade é a sua escassez, só há propriedade sobre terras porque estas são finitas e se torna necessário a criação de um arranjo para uma melhor alocação das mesmas, a esse arranjo damos o nome de propriedade, é impossível nós termos propriedade sobre coisas como o ar porque este é um elemento não escasso da matéria, sendo apontado até como infinito.

Intelectual é geralmente aceito como algo ligado ao campo das ideias, da mente, do pensamento, diferente de terras, ideias não são bens escassos, nós podemos continuar utilizando-as infinitamente que elas não acabarão.

Um exemplo clássico para demonstrar isso, é a lição de casa que os estudantes fazem. Ambos usam lápis, cadernos, mochilas, livros, tudo mais, diferentes um do outro porque esses bens são escassos é impossível que duas crianças façam uso do mesmo lápis ao mesmo tempo. Entretanto a fórmula que eles usam na atividade de física é a mesma, e é compartilhada entre todos os estudantes, de todo mundo, há várias gerações sem que ela "acabe".

Se definirmos propriedade como o nome do arranjo que procura alocar recursos escassos e intelectual como algo ligado a ideia, falar em "propriedade intelectual" se torna um oxímero.

A verdade é que não existe propriedade intelectual, o que os defensores de PI realmente querem é o Monopólio Intelectual (MI), o uso exclusivo de uma ideia. Retomando o exemplo da lição de casa, o objetivo dos defensores do MI é criar via coerção e violência uma escassez artificial, fazer com que apenas um dos estudantes possa usar a fórmula tal como são obrigados pela natureza a usar diferentes cadernos.

Monopólio Intelectual é uma ideia extremamente absurda do ponto de vista ético e moral. Imagine que você ache a arquitetura de uma casa bonita e decida copiá-la, você acharia legítimo que o dono da casa e criador do desenho tivesse algum tipo de direito sobre a sua residência? Óbvio que não!

Não existe nenhum roubo em copiar uma ideia, quando você copia você está somando algo, não subtraindo, o criador original continua com sua propriedade a única diferença é que agora você também tem uma.

Imagine outra situação, duas pessoas tem a mesma ideia revolucionária na informática, mas um deles é mais ágil e patenteia a ideia primeiro. Você acha justo que a segunda pessoa seja proibida de usar a ideia que inventou? Qual a lógica disso? Qual o incentivo para a criação de novas ideias se eu tenho que passar mais tempo me preocupando checando se alguém já pensou naquilo antes do que realmente descobrindo novas ideias?

A criação de monopólios intelectuais leva a empresas passarem mais tempo gastando esforços com advogados do que realmente com P&D. Uma empresa quando cria algo por si só já garante o monopólio daquele produto até que os seus concorrentes começassem a desenvolver suas cópias,  as cópias estimulam a empresa a sempre buscar inovação para que não fique atrás da concorrência.

Mesmo no caso de pessoas que lidam com direitos autorais, em que a ideia é o seu próprio produto, a situação é parecida. No caso de livros e músicas a presença física do autor (palestras, sessão de autógrafos  etc.) e uma produção constante de títulos dariam muito mais dinheiro que a própria venda dos livros, tal como ocorre hoje com os músicos que ressurgiram depois da pirataria desenfreada.

Isso seria bom até mesmo para uma melhor seleção dos livros publicados. Títulos caça-níquéis seriam deixados de lado em favor da republicação de cópias de autores mais respeitados que poderiam explicar as ideias contidas em seus textos pessoalmente.

Podemos perceber que nas áreas onde hoje há amplo desrespeito a monopólios intelectuais são ás áreas em que há maior desenvolvimento tecnológico e avanços no mundo. Vejamos como na informática PI é algo amplamente desrespeitado por boa parte dos usuários, ou na indústria da moda que sempre inventa algo novo todo ano mesmo os estilistas tendo seus desenhos sendo copiados dia e noite.

Todos nós devemos o nosso conforto a um amplo desrespeito ao Monopólio Intelectual. Já imaginou como seria a nossa vida se o inventor da roda proibisse as outras pessoas de usarem a sua descoberta? Ou se tivessem monopolizado o design das camisetas que nós usamos hoje em dia?

Uma análise da teoria marxista


[Esse texto foi feito para um trabalho escolar do Ensino Médio, perdoem o baixo nível.]

Uma das principais considerações que nós podemos fazer sobre Marx, é a respeito do polilogismo. A crença marxista de que a classe social mudaria conceitos biológicos e que seu modo de pensar seria afetado, causa espécie mesmo dentro do marxismo.

Se lembrarmos de que Engels era um burguês industrial, dono de fábrica e que era a partir dos ganhos da fábrica que Marx se sustentou durante inúmeros anos, que o próprio assinou uma obra como o Manifesto Comunista, isso só pode significar duas coisas. Ou o polilogismo está errado, ou o Manifesto seria uma representação do pensamento burguês.


Apesar disso, Marx apresenta em suas teorias uma essência completamente verdadeira, que grande parte da humanidade é constantemente explorada, mas as suas conclusões partem de uma base errônea.

Marx estava certo ao falar que grande parte da propriedade inicial capitalista deve-se a saques, pilhagens, anexações, roubos no geral, mas erra ao acusar que mesmo em um capitalismo “limpo”, ou seja, em que o capital inicial foi formado através de trabalho e poupança haveria exploração. Marx acreditava que o sistema capitalista de produção promovia uma sistemática exploração das forças de trabalho, baseado na teoria do valor-trabalho, que diz que a quantidade de trabalho adicionada em um bem é o que define o seu valor, quanto maior a quantidade de trabalho, maior o seu valor.

A partir disso Karl Marx teorizou a “Mais-Valia”. Para Marx, o salário de um proletário valia “X”, ao trabalhar cinco horas o empregado produziria 5X, a essa diferença de 4X entre os custos que o empregado gera e a produção final Marx chamou de “mais-valia”.

O que Marx nunca entendeu foi a influência do fator tempo nos processos de mercado, a diferença entre um empregador e um empregado reside basicamente na espera.

Um capitalista nada mais é que um empregado que acumulou capital durante algum tempo e agora o dispõe para investir, muitas vezes o capitalista usa o trabalho de uma vida para abrir o seu próprio negócio, ou até pior ele é obrigado a pedir emprestado o capital para tal ato. Sendo assim, não há nada de imoral, ou exploratório no ganho da “mais-valia”, ou como costumamos chamar do lucro.

 Ao se basear quase que por completo nos estudos de David Ricardo sobre valor-trabalho Marx acaba cometendo outro erro. Como demonstrado pelos economistas austríacos o valor é algo que se dá através das preferências pessoais dos indivíduos. [1] Por exemplo, imagine que um indivíduo está perdido em um deserto há dias e consigo carrega um diamante lapidado, após dias de caminhada ele encontra um oásis, o dono do oásis só permite a sua entrada se o nosso indivíduo der o diamante para ele. Isso é algo que não faria sentido na teoria do valor-trabalho, pois ao trocar o diamante pelo o acesso ao oásis os dois teriam que ter o mesmo valor, logo ambos teriam o mesmo trabalho adicionado, mas um oásis é uma dádiva da natureza e logo não houve trabalho nenhum agregado a ele. Isso é respondido pela teoria do valor subjetivo, como o valor varia para cada indivíduo de acordo com sua preferência, um humano que permaneça vários dias sem água passará a valorizar mais um copo de água do que um diamante lapidado. E o valor da água estará decrescente a cada gole que o indivíduo der, pois a sua necessidade estará sendo sanada, em suma, as coisas só tem um valor porque os seres humanos as querem, quanto mais indivíduos querem uma coisa mais valor ela terá.

Dessa forma não há sentido algum em falar mais-valia e derivados.

Karl Marx também fez outra importante contribuição no estudo das relações empregador-trabalho, ele acreditava que os capitalistas agiriam em uma espécie de cartel e pagariam apenas um salário de “subsistência” para os empregados como forma de maximizar seus lucros.

Bem, é verdade que como qualquer ser humano os capitalistas querem maximizar seus ganhos e para isso não abririam mão de fazer com que seus empregados trabalhassem em condições análogas a escravidão, do mesmo modo o emprego se pudesse cobrar hum milhão de reais de salário o faria, afinal seres humanos como explicou Ludwig Von Mises em sua magistral obra Human Action, sempre estão buscando sair da situação em que se encontram para uma melhor.[2]

Ocorre que nenhum dos dois pode realizar por completo o seu desejo. Se um empregador resolve pagar um salário de miséria ao empregado, outro capitalista pode vir e pagar um salário um pouco maior e assim sucessivamente como em uma espécie de leilão pela força de trabalho até que o preço dessa esteja próximo ao da produtividade do proletário.


[1] Bordreaux, Don. Valor Subjetivo. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=u79LlXoF9Z4&feature=plcp>, acessado em: 30 de outubro de 2012
[2] MURPHY, Robert P. Praxeologia - A constatação nada trivial de Mises, disponível em: <http://
www.mises.org.br/Article.aspx?id=230>, acessado em 10 de novembro de 2012.